quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Líderes da oposição instalam painel pró-impeachment na Câmara



O objetivo do painel, de acordo com os oposicionistas, é estimular outros parlamentares a se posicionarem com relação ao processo de impedimento e pressionar o presidente da Câmara,Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a acolher um dos pedidos de impeachment em desfavor da petista.
Cunha já afirmou que deve decidir ainda em novembro se acolhe ou não pedido de abertura de processo de impeachment de Dilma apresentado pela oposição. O peemedebista já adiantou que o requerimento cumpre os requisitos técnicos para ser acolhido.
"Queremos mostrar ao Brasil quem são os deputados favoráveis ao impeachment da presidente Dilma. Sabemos que o governo faz uma pressão muito grande para que os deputados da base não assinem o pedido de impeachment. Contamos com a pressão da sociedade, é um ato das oposições em consonância com a sociedade civil organizada", declarou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
Também participaram do ato os líderes Mendonça Filho (DEM-PE), Rubens Bueno (PPS-PR), Arthur Maia (SD-BA) e outros deputados da oposição.
No mês passado, a oposição protocolou novo pedido de impeachment elaborado pelo fundador do PT Hélio Bicudo e o jurista Miguel Reale Junior para incluir documentos que comprovariam a continuidade, em 2015, das “pedaladas fiscais”, como é chamada a prática de atrasar repasses a bancos públicos a fim de cumprir as metas parciais da previsão orçamentária.
Inicialmente, a oposição planejava fazer um aditamento a um pedido já existente – que já tramita na Câmara e está pendente de análise de Cunha.
Os parlamentares desistiram do aditamento, porque a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o rito definido por Cunha para eventuais processos de impeachment não permite aditamentos a pedidos já em tramitação.
O novo pedido tem cópia de decretos presidenciais assinados por Dilma que, segundo eles, embasam a tese das pedaladas. Os decretos liberam créditos extraordinários sem o aval do Congresso.
A estratégia é contornar o argumento do presidente da Casa de que a presidente só pode ser responsabilizada por atos cometidos durante o seu mandato em vigência.
O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho, disse nesta quarta que a atual crise econômica é de responsabilidade do governo Dilma e, por isso, ela deve ser retirada da presidência. 
"O Brasil vive a maior recessão da história e quem quebrou o país foi o Partido dos Trabalhadores, foi a presidente Dilma. Fizeram de tudo para ganhar a eleição de 2014, inclusive, descumpriram a lei de responsabilidade fiscal", argumentou Mendonça Filho.
O deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS, acusou a presidente Dilma de "estelionato eleitoral" ao longo da campanha de 2014. "A última eleição foi estelionato eleitoral, quando a presidente Dilma disse que a economia estava bem, que não haveria aumento de juros nem inflação. Ela mentiu durante a campanha. A presidente está no começo de um governo desacreditado, desde janeiro está tentando se segurar no cargo", afirmou.
A instalação do painel foi acompanhada por manifestantes que estão, há mais de uma semana, acorrentados a uma pilastra do Salão Verde. Eles aplaudiram os deputados que instalaram o painel e gritaram palavras de ordem contra Dilma Rousseff.

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