Socialista foi o principal alvo do encontro e teve seu legado à frente do Palácio Anchieta posto à prova pela maioria dos candidatos
O debate entre os seis candidatos ao governo do Estado, promovido na noite desta terça-feira (2) pela TV Gazeta, ficou marcado por críticas focadas no candidato Renato Casagrande (PSB) e à gestão dele, de 2011 a 2014. Os candidatos André Moreira (PSOL), Jackeline Rocha (PT), Aridelmo Teixeira (PTB) e Carlos Manato (PSL) apontaram problemas na segurança pública, nos serviços de saúde, na educação e, ainda, falhas na gestão fiscal durante o período em que o socialista governou o Estado. Apenas Rose de Freitas (Podemos) poupou o ex-governador, utilizando suas perguntas para enfatizar sua atuação como senadora com perfil municipalista.
Outro destaque foi a estratégia dos candidatos de trazer para o centro das discussões suas posições quanto à corrida presidencial, seja para reforçar os palanques dos presidenciáveis, ou para marcar suas posições políticas quanto ao cenário de polarização que se formou entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Aridelmo chegou a anunciar apoio a Bolsonaro. Já no primeiro bloco do debate, quando os candidatos poderiam fazer perguntas de temas livres, André Moreira escolheu Jackeline Rocha para alfinetar Casagrande, acusando a gestão do socialista de ter sido sem diálogo e violenta contra a população. A petista, por sua vez, também o criticou, relembrando o período dos protestos de 2013. "Este não é um modelo que concordamos, queremos uma gestão participativa. Muitos órgãos e movimentos sociais pediram diálogo e lhes foi negado a ponto de precisarem ocupar a Assembleia por 15 dias. Também houve repressão aos professores quando entraram em greve", relembrou. Moreira relacionou tanto a gestão de Casagrande com a atual, de Paulo Hartung (MDB), como também disse que ele teria semelhanças com Aridelmo Teixeira. "Vocês (Casagrande e Aridelmo) estão disputando para saber quem será o mordomo que servirá aos interesses das empresas no próximo mandato. É preciso mudar o nosso modelo de desenvolvimento econômico, o Estado já tem um déficit real", mencionou o candidato do PSOL.
BANDEIRAS
Em suas perguntas e respostas, Aridelmo focou no tema da educação, com sua participação no programa Escola Viva, do governo Hartung, e também se concentrou em desconstruir Casagrande, quando perguntado por Rose se há um número satisfatório de escolas para atender à população. Ele também saiu em defesa da atual gestão. "O número de escolas é suficiente, mas ainda gasta-se mal com a educação. Usam para empregar um monte de gente, e não fazer com que os servidores realizem seu trabalho com qualidade. O que desmotiva é a velha política. No governo de quem me fez a pergunta tivemos fechamento de escolas e queda no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Esses dois elementos em conjunto é que levam nossos jovens tanto para morrerem quanto para matar", afirmou o petebista. Já Carlos Manato atacou Casagrande quanto aos gastos com publicidade, utilizando o tema como gancho para defender a candidatura de Jair Bolsonaro. "O governo dele (Casagrande) foi bem avaliado por que gastou R$ 356 milhões com publicidade. Eu e Bolsonaro somos contra tudo isso com propaganda, não temos esse tipo de gasto", disse.
RESPOSTAS
A estratégia de Casagrande para responder os adversários foi citar obras e realizações do período no qual governou o Estado. Ele mencionou uma série de estradas realizadas em municípios do interior, os projetos de mobilidade urbana que pretende retomar e políticas públicas criadas em sua gestão e que foram descontinuadas, como a Rede Abraço. No entanto, no terceiro bloco subiu o tom contra os concorrentes, alegando que estariam desgastando sua imagem. "Tem um ponto no ouvido dele (Aridelmo). Não vale à pena disputar eleição desta forma. As mentiras contadas aqui não vão prosperar. Vamos levar propostas verdadeiras ao eleitor", defendeu-se. Rose de Freitas evitou partir para o confronto. "Sou municipalista. Trago de volta os impostos que o povo paga, em forma de investimentos para os municípios. Quero fazer mais pelo Espírito Santo, principalmente na saúde", prometeu a senadora que concorre ao governo do Estado.
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